A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), encurtou a distância nas pesquisas entre a sua pré-candidatura a presidente e a do governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
É o que revela pesquisa Datafolha, publicada neste domingo(31) pelo jornal Folha de S.Paulo.
A diferença do tucano, ainda líder, para a petista estava em 30 pontos percentuais em março deste ano e agora caiu para 22 pontos, conforme o mais recente levantamento do Datafolha - Dilma tem 16% das intenções de voto, contra 38% de Serra no principal cenário.
Em relação à pesquisa anterior, a ministra do presidente Lula subiu cinco pontos percentuais, enquanto o tucano paulista perdeu três.
O crescimento levou a petista à segunda colocação, empatada tecnicamente com o deputado federal Ciro Gomes (PSB), que oscilou de 16% para 15%.
É o melhor resultado de Dilma na série histórica do levantamento. Em março do ano passado, no cenário com a presença de Serra, ela tinha apenas 3% contra os mesmos 38% do pré-candidato do PSDB.
Nas respostas espontâneas - quando não são apresentados cenários ao eleitor -, Serra tem 5%, Dilma, 4%, Ciro, 1%, e Aécio Neves (PSDB), governador de Minas Gerais, 2%.
Aprovação a Lula volta a crescer
Segundo a pesquisa Datafolha, 69% dos entrevistados classificam o governo como ótimo/bom. A administração é regular para 24% e ruim/péssima para 6%.
Em novembro de 2008, a taxa de aprovação do governo Lula chegou a 70%, mas caiu para 65% em março deste ano, quando a crise já havia afetado a economia brasileira e o próprio presidente reconhecido sua gravidade para o país, apesar de atribuí-la a "gente branca de olhos azuis".
Em comparação à pesquisa realizada entre os dias 16 e 19 de março, os índices de aprovação ao governo Lula apresentam um crescimento de cinco pontos entre os entrevistados com renda familiar mensal de até dez salários mínimos.
Segundo a pesquisa, Lula voltou à nota média de 7,6 alcançada em novembro do ano passado, a maior obtida por ele desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2003.
Ainda segundo o Datafolha, 63% dos entrevistados apontam como ótima/boa a performance do governo Lula na área econômica, a melhor avaliação desde 2004.
O desempenho do governo é regular, nesse quesito, para 29%dos entrevistados, sendo ruim/péssimo para 7%.
Terceiro mandato de Lula divide o país
O datafolha também quis saber a opinião dos brasileiros sobre a possibilidade de um terceiro mandato para o presidente Lula.
A emenda que permitiria ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concorrer, mais uma vez, à Presidência tem hoje apoio de 47%dos entrevistados contra 49% de desaprovação.
Em novembro de 2007, a proposta era rejeitada por 65% dos brasileiros e tinha o aval de 31%, números compatíveis, à época, com as respostas sobre um terceiro mandato para governadores e prefeitos.
Além do caso específico de Lula, o Datafolha perguntou sobre a hipótese de presidentes concorrerem a um terceiro mandato no Brasil: 49% disseram ser a favor e 48%, contra.
Garantido o direito a disputar o terceiro mandato, o petista seria reeleito em primeiro turno se a eleição fosse hoje.
Nessa disputa hipotética, Lula teria 47%dos votos contra 25% do governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
A instituição do terceiro mandato dependeria de aprovação na Câmara e no Senado. Como altera a Constituição, requer quórum qualificado: três quintos dos votos.
Na quinta-feira, o deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) protocolou proposta que institui o direito a mais uma reeleição no país, desde que aprovada num referendo em setembro. Barreto reuniu 183 assinaturas.
Mas, como democratas e tucanos retiraram apoio à emenda, o número de signatários caiu para 170, uma menos do que o exigido para tramitar.
Ele pode reapresentar a proposta, caso conquiste um novo adepto. Nesse caso, a base do governo teria três meses e dez dias para sua aprovação.
Fonte: Jornal Folha de S.Paulo